
As suas sentenças educativas fizeram baixar a delinquência em Granada e aumentaram o número de menores que não reincidem no delito. Em quase 20 anos, o «paizão» julgou mais de 10.000 jovens aos quais, sempre que pode, dá essa segunda oportunidade de que todos alguma vez necessitam.
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A minha maior satisfação é que agora estejam aqui, sentados ao meu lado, reabilitados, contentes com as suas novas vidas. Quando se encontra assim um juiz, amigavelmente, como eu hoje, com três dos seus antigos condenados?»
Emilio Calatayud di-lo com autêntico orgulho. Ao pé dele, Jesús Antonio, Enrique e Federico sorriem a quem todos em Granada conhecem também como o «paizão», o juiz de Menores mais conhecido de Espanha, aquele das sentenças exemplares que em cada jovem nunca vê um mero «delinquente», mas «um jovem que cometeu um delito» e, ainda mais, uma vítima de um sistema social que demonstra fracassar cada manhã em que volta a condenar uma criança.
Perante isto, o seu desafio é claro: reabilitar sem prender os que cometeram delitos, trabalhar com eles no mesmo ambiente em que cometeram os seus erros.
Há 17 anos que o tenta e até consegue: 82% dos menores que cumprem penas no regime de meio aberto – liberdade vigiada e prestação de serviços a favor da comunidade – não reincidem no delito.
«Hoje já evitamos até que 70% dos menores vá no futuro para a prisão – explica – um grande sucesso dos profissionais que trabalham comigo e de quem eu sou apenas a cabeça mais visível.»
